domingo, 21 de novembro de 2010

O Pescador reúne comunidade da Z-3 em festa
Projeto comemora 10 anos de existência


Na tarde do dia 13 de novembro, a Colônia de Pescadores Z-3 celebrou os dez anos de serviço prestado à comunidade pelo jornal O Pescador. A atividade contou com a participação de acadêmicos e professores dos cursos de Comunicação Social – Jornalismo e Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). A realização proporcionou integração entre os estudantes e os moradores e demonstrou o sucesso de um dos canais de vínculo entre a comunidade e a Universidade.

A participação do Grupo de Teatro Amador da Z-3 Lagoa Doce chamou a atenção das crianças com o teatro de bonecos. “Gostei muito da festa, porque as crianças participaram mesmo. Um menino brincou o tempo todo com os bonecos e gostou tanto da casinha dos fantoches que dei para ele de presente”, contou a oficineira e coordenadora do grupo, Megui Radiar. Além do teatro, a equipe trabalha com música e mantém na comunidade uma biblioteca com 300 publicações, que atualmente está sob a responsabilidade do morador Hélio Sabino.

Outra contribuição na festa foi a do morador Nilton Sabino, que disponibilizou seus equipamentos de som e animou a festa de integração. “A festa do Jornal já é uma tradição”, disse ele, que acompanha o projeto desde o início e sempre contribuiu com as festividades na Colônia. “Deveria ter festa duas vezes por ano”, opinou.

O que mais chamou a atenção da criançada foi a brincadeira da pescaria, organizada pelas acadêmicas da Pedagogia, que, fantasiadas, garantiram a diversão da festa. “Eu vejo o Jornal na minha casa, no colégio e nas ‘vendas’. Gostei muito das brincadeiras e eu quero tenham mais [edições do] Jornal para ter mais festa”, disse Vitória Emanuele de Moura, de oito anos.

Algodão-doce, pipoca e bolo e brindes foram distribuídos para o público e os brinquedos infláveis disponibilizados completaram a alegria da comemoração. A atividade foi organizada pelo coordenador do projeto e diretor do Centro de Educação e Comunicação da Universidade, Jairo Sanguiné Júnior juntamente com a equipe do Jornal. A festa contou também com a participação da coordenadora da Pedagogia, professora Ieda Assumpção.

Jornal O Pescador presente em vídeo da UCPel

A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) está com as inscrições abertas para o vestibular de Verão 2011. Para isto, foi criado a propaganda de divulgação contando um pouco sobre os 50 anos da universidade. E o jornal O Pescador, produzido pelos alunos dos cursos de Comunicação Social, juntamente com acadêmicos da Pedagogia e Psicologia, é um dos destaques do vídeo.

Confira abaixo:

Confira o que foi destaque na última edição (setembro/2010) do jornal "O Pescador":

Tempos difíceis para os pescadores
Muitas famílias ainda não receberam o seguro-defeso

Maysa Maciel

Depois de enfrentar a pior safra dos últimos anos e o atraso no benefício emergencial em abril, que garantiu o sustento dos pescadores neste período, mais de trinta famílias na Z-3 ainda não receberam a primeira parcela do seguro-defeso. A situação preocupa tanto os moradores, quanto o comércio da colônia.

O atraso no pagamento do benefício deve-se a um cruzamento de informações que bloqueou o sistema de informatização do Ministério do Trabalho. Na maioria dos casos, o registro dos pescadores foi duplicado pelo sistema que está programado para liberar um único seguro-defeso por ano. Como nos meses de abril e maio, os trabalhadores já tinham recebido um benefício pelo período de safra ruim, o pagamento foi bloqueado.

Segundo Nilmar Conceição, há ainda a situação de pescadores que trabalharam em empresas privadas e que, ainda tem registros como empregados, tendo estes que buscar documentação para comprovar sua situação. “Foi o pior ano para solicitar o seguro. Muitas famílias não têm outra renda, já que todos trabalham na pesca, e isso prejudica o comércio e o bem-estar dos moradores”, explica Nilmar. Enquanto o pagamento não é liberado, muitos pescadores dependem da ajuda de familiares e da compreensão dos donos do comércio local para sobreviver. Otavelino Ortiz é pescador desde os oito anos, e até hoje, com 56 anos, nunca tinha tido problemas com o seguro. “Não recebi nem o emergencial, nem o seguro-defeso. Agora a gente tem que depender de amigos e ir comprando fiado”, diz Otavelino.

Os comerciantes também estão sendo prejudicado com a crise, “tem muitas famílias que precisam de medicamentos, mas não tem como pagar. A nossa situação também é difícil, mas temos que ajudar a todos”, diz Efigênia Ribeiro, da Farmácia Ribeiro. Um ofício com a documentação das 37 famílias que ainda não receberam o recurso já foi encaminhado ao Ministério do Trabalho, que afirma resolver a situação até o final deste mês.

Escola consciente para um mundo sustentável
Alunos da escola Raphael Brusque participam do Projeto de reciclagem de óleos e gorduras saturadas

Letícia Ribeiro Schinestsck

Projeto ambiental da Escola Raphael Brusque recolhe óleos saturados e, em troca, os alunos ganham folhas recicladas. A intenção é mobilizar os alunos desde cedo a cuidar e a preservar o meio ambiente, sabendo da importância da reciclagem e as conseqüências do descarte indevido.

Dentro do colégio há um tonel, tampado e vedado, onde os alunos colocam o óleo saturado, geralmente trazido de casa, bares e restaurantes. Esse óleo é recolhido pela empresa Ecológica, especializada na coleta e reciclagem desse tipo de resíduo, e encaminhado até a indústria, localizada em Guaíba.

Todo o óleo que for recolhido será revertido para aquilo que a escola necessita em termos de material escolar, principalmente folhas. A professora de ciências, Dóris Nobre, orienta e estimula os estudantes a colaborarem com o projeto, mas não é o suficiente.

Além dos alunos, é preciso também que toda a Z3 se envolva. “Deu uma esfriada”, disse a diretora Margareth Pandolfo, quando se referia as doações feitas pelos alunos. “A comunidade tem que colaborar, participar trazendo óleo”.

Qualquer pessoa pode ajudar indo no ponto de coleta, que é na própria escola e depositar seus resíduos para reciclagem. Este projeto é uma saída que contribui com a qualidade de vida e com a construção de um lugar mais saudável, onde todos são beneficiados; a Colônia, os alunos, a escola e a natureza.

A falta de segurança preocupa os moradores
Com o posto da Brigada Militar desativado e pouco policiamento a comunidade se sente insegura

Gabriela Venzke
    
A falta de um policiamento mais efetivo é motivo de grande preocupação entre os moradores da Colônia Z-3. Desde a desativação do posto da Brigada Militar, o medo e a insegurança passaram a fazer parte do cotidiano dos zetrezenses.

Hoje, o prédio que antes era usado para abrigar os policiais da Brigada está emprestado à subprefeitura, servindo como um depósito de materiais. O fechamento do posto ocorreu por falta de veículos, pois seria necessário que ficasse no local pelo menos uma viatura para o patrulhamento. “O posto deveria estar funcionando. Os policias passam aqui [Z-3] durante o dia, mas não adianta”, afirma a moradora Neuza Ramos.

O posto mais próximo e fixo está localizado no Laranjal e atende às regiões do Barro Duro, Colônia Z-3 e Laranjal. Faz parte de um complexo do 5º Pelotão, do qual são distribuídas viaturas.

Segundo o comandante da 2º Companhia do 4º Batalhão da Brigada Militar de Pelotas, Capitão Scherdien, no funcionamento normal há uma viatura e uma motocicleta para o patrulhamento dessas regiões, e passam uma vez por dia. Já o Pelotão de Operações Especiais (POE) faz uma ronda semanalmente, com três ou quatro carros. De acordo com ele é preciso de apenas um posto para atender a essas localidades e que está dentro do padrão, um a cada 20 mil pessoas.

No caso de ocorrências, são enviadas, ao local, viaturas da 2ª Companhia, como ocorreu no caso em que foram presos dois traficantes na Colônia, em junho. Para o Capitão a participação dos moradores é fundamental para um policiamento mais eficaz, “Precisamos que a comunidade nos apóie e faça denúncias”, disse. A identificação da pessoa não é divulgada e o telefone do Disque Denúncias é 3227-7171. Já para outras emergências deve ser utilizado o 190.

Chuvas bloqueiam acesso ao Cedrinho
Nenhum veículo entra no cedrinho por receio de ficar atolado na estrada

Maysa Maciel

Devido à poluição do Arroio Sujo, a Travessa Um no Cedrinho está alagando constantemente e o único acesso de veículos ao local, por vezes, fica inviabilizado. As chuvas do inverno fizeram o arroio transbordar, invadindo casas e trazendo grande quantidade de lixo para a estrada.

Enquanto a situação não é resolvida, equipes da Companhia Estadual de Energia Elétrica não conseguem entrar no Cedrinho para realizar a manutenção nas redes de luz, deixando a população sem condições dignas de sobrevivência. A coleta seletiva do lixo, realizada durante a semana e a entrada de ambulâncias e de viaturas da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros também não acontecem.

Os moradores do local buscam ajuda da Sub-Prefeitura da Z-3 há mais de seis anos, porém, segundo a moradora Luziane Bernardes Machado a situação só piora. “O pessoal da Prefeitura aterra toda a estrada, mas isso só faz a situação piorar, porque quando chove, tudo vira barro, fazendo os carros atolarem” afirma Luziane. O volume de chuvas previsto para os próximos meses preocupa ainda mais a população que vive no local, “Se continuar assim, a gente vai ter que sair daqui. Não vai adiantar fazer valetas nem nada”, diz Milton Rosa, que mora em frente ao arroio.

Além de bloquear o acesso ao Cedrinho, a poluição do arroio também pode causar doenças como hepatite e leptospirose, deixado, assim, todos os  moradores em estado de alerta.